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Comunidade católica de Remanso encerra festejos em honra a sua padroeira

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Com o tema “Fraternidade e Diálogo: Compromisso de Amor”, os dez dias de festejos em honra a Nossa Senhora do Rosário encerram-se neste sábado, 30/10, com uma linda carreata que conduziu a imagem da santa por algumas ruas da cidade.

Nos noves dias de novena, os/as devotos/as da Virgem do Rosário refletiram, durante as celebrações, os subtemas propostos para cada noite. A fraternidade e o diálogo são duas atitudes motivadas pelo amor, que se expressa por meio delas. Quem ama pratica relações fraternas e dialógicas. Com isso, torna-se promotor/a da paz, construtor/a de pontes que superam as divisões que bloqueiam a vivência da fraternidade, apoia a luta das mulheres por direito e justiça, faz a opção preferencial pelos pobres, apoiando projetos de partilha e redistribuição das riquezas para garantir o pão na mesa de todas as pessoas, e valoriza o testemunho de todos/as que se comprometem com a defesa da vida, como, por exemplo, o trabalho e a dedicação dos/as cientistas, sobretudo nesses tempos difíceis de pandemia. Cada uma dessas questões foi refletida durante todo o novenário.

A missa de encerramento da festa foi presidida pelo bispo da Diocese de Juazeiro/BA, Dom Frei Carlos Alberto Breis Pereira. Em sua pregação, destacou a vida de testemunho  de Maria, afirmando que a reza do rosário é uma oportunidade do/a fiel aprender com a mãe de Jesus. Ela – disse o bispo – é uma “mulher de sensibilidade, profundamente humana, que soube suspender projetos pessoais para colocar o projeto de Deus em primeiro lugar”. Ao colocar-se como serva do Senhor, Maria tornou-se servidora do próximo; portanto, ela é alguém que valoriza a ética do cuidado, orientando seus devotos/as a fazerem tudo que Jesus disser.

A pandemia da covid-19, afirmou Dom Beto, “nos desmascarou”, pois mostrou que “a gente não está bem, porque a gente está se desumanizando, fragilizando nossas relações”. Por isso, continuou ele, a pandemia deveria ser uma oportunidade de construirmos uma nova humanidade, fundamentada na centralidade do diálogo, que “passa pelo respeito ao outro”. De fato, “quando a gente se abre para o outro, a gente vai solidificando as nossas relações”, concluiu o bispo diocesano. Porém, constatou ele, “está na moda ter ódio”.

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A resposta à cultura do ódio é a ética do cuidado. Nestes tempos de desafio pandêmico, o cumprimento das medidas higiênicas e dos protocolos sanitários é uma forma de praticar o cuidado de si no cuidado com o outro. É um gesto, portanto, de amor fraterno. Assim, a despeito do avanço da vacinação, é ainda necessário evitar aglomerações, usar máscara, manter o distanciamento social e higienizar as mãos. Com isso, a pessoa cuida da própria saúde e preserva a do outro.

Umas das novidades da festa de Nossa Senhora do Rosário deste ano com relação ao ano anterior foi a participação maior de fieis presencialmente. Inclusive, na última noite do novenário, a praça da Igreja Matriz voltou a acolher os/as devotos/as, em uma quantidade evidentemente menor. Em entrevista concedida à Pastoral da Comunicação da paróquia de Remanso, Dom Beto lembrou que grande parte do povo voltou a participar “com todos os cuidados, seguindo todos os protocolos, máscaras, álcool em gel e disposição de todos, com um certo distanciamento” no ambiente externo, que oferece menos risco.

Já padre Aluísio Borges, pároco da paróquia de Remanso, falou que é com muita gratidão que encerramos a festa da padroeira. Disse ele: “queremos render graças a Deus por ter nos permitido celebrar, mesmo com algumas restrições, mas com as manifestações de fé impressionantes do povo. Às vezes, com alguns exageros que nós, com os olhos humanos, não conseguimos entender, nem compreender o que passa no coração de cada um, mas a gente vai tentando fazer essas leituras para poder celebrar melhor e amadurecer e educar um pouco mais a nossa fé”. Na última noite do novenário, ele falou que é “com muita alegria que nos reunimos nesta praça, após uma longa espera, e chegou o momento da gente celebrar aqui fora, talvez corrigindo, não sei se ainda é o momento, mas para todos os efeitos, estamos aqui hoje para celebrar a nona noite de novena preparatória para a festa de nossa gloriosa padroeira”.

A procissão que conduz o andor com a imagem de Nossa Senhora do Rosário, no entanto, foi realizada, mais uma vez, sem contar com a participação da multidão, que percorre, muitos descalços, as ruas da cidade para cantar, louvar, agradecer e fazer suas promessas a Deus por intercessão da Virgem do Rosário. Foram poucas as pessoas que seguiram a grande carreata, que abrilhantou o dia da festa. A maioria participou de suas residências, acenando à imagem quando essa passava, devido às restrições decorrentes da pandemia.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES

Segundo Pe. Aluísio Borges, “apesar da tensão de preparar e realizar uma segunda vez a festa dentro de uma pandemia, ela transcorreu de forma muito tranquila naquilo que foi proposto e organizado pela equipe organizadora. As celebrações foram muito expressivas. Foi muito positiva a festa”.

A catequista Juliana afirmou que o tema do novenário foi muito bem partilhado durante todas noites. Os pregadores trouxeram reflexões tão necessárias para este momento atual em que estamos vivendo, no qual “há falta de diálogo, de amor e de solidariedade e onde a preocupação com o outro anda tão escassa”. Por isso, é preciso “abrirmos o coração para acolher e olhar o outro com outros olhos, tendo o amor de Maria, a nossa mãe”. Para ela, outro ponto alto dos festejos é a peregrinação da imagem pelas ruas da cidade, porque é um momento em que as pessoas se enchem de esperança. “As demonstrações de fé e devoção [do povo] são algo inexplicável. O amor da mãe de Jesus é algo inexplicável”. “Essa festa só fez, ainda mais, aumentar a nossa fé e a certeza da esperança da mãe de Jesus por dias melhores”, avaliou ela.

Tiago, ministro extraordinário da Sagrada Comunhão, catequista e membro do Conselho Paroquial de Pastoral (CPP), disse que os festejos de Nossa Senhora do Rosário são um momento de graça, de experiência e de grande profundidade. “A festa de um padroeiro/a é o momento maior de uma comunidade; então, com certeza, foi um momento de grande alegria e partilha” os festejos em honra a mãe de Jesus. “É preciso partilhar a Palavra e o que nós temos para dar àqueles que nada têm”. Ele lembrou que, durante a peregrinação da imagem, foram arrecadados alimentos que serão doados às famílias mais carentes da comunidade. “Celebrar a mãe, a mulher do sim e da misericórdia é celebrar a paz, a justiça e a igualdade”, concluiu.

Para a devota remansense Isabel Viana, moradora da cidade Salvador, que veio para cidade para acompanhar os dez dias de festa, esses dias foram de muita alegria e de paz. Ela gostou do tema do novenário, afirmando que “o diálogo, principalmente na família, é fundamental”. Destacou também a participação do povo, que foi muito positiva. Por fim, disse que gostou muito das apresentações durante as ações de graça.

Texto Aroeira Comunica.

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