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Do Baixo Sul à Região Semiárida: estudantes trocam experiências entre biomas

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O desejo de conhecer experiências de agroecologia no Semiárido e despertar novos olhares sobre essa região trouxe um grupo de estudantes e educadores para vivenciar, entre os dias 5 e 8 de junho, uma formação no Centro de Formação Dom José Rodrigues, mais conhecido como a roça do Irpaa, em Juazeiro, BA.

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Com um público de aproximadamente 40 pessoas, sendo a ampla maioria jovens entre 16 e 19 anos, vindos do município de Ibirapitanga, região do Baixo Sul da Bahia, os estudantes do curso técnico de Agroecologia do Colégio Estadual Paulo César da Nova Almeida puderam conhecer experiências de convivência com o Semiárido, que também podem contribuir para despertar práticas e ações para a convivência com a Mata Atlântica, o bioma ao qual os jovens estão inseridos.

Para o diretor da escola, Eleondes Coelho dos Santos, a realização deste intercâmbio foi motivada pela inspiração de trazer os jovens para um ambiente diferente e poder contrastar as realidades, tanto do Baixo Sul quanto do Semiárido.

“Trazer para essa juventude uma oportunidade de verem que há possibilidade de transformar o meio em que estão, de onde vivem […] Poder trazer uma reflexão sobre a contrastação das realidades sociais, que às vezes prejudicam o desenvolvimento e a família deles […] A questão dos direitos, eles poderem observar que é possível fazer com que o ambiente seja diferente, melhor e mais agradável para sua vivência”, afirmou Eleondes, que também acompanhou a turma na viagem.

A formação teve uma programação recheada de reflexões, debates, teatro para ajudar a compreender a história, trilha pedagógica e aulas práticas sobre o solo, tecnologias sociais, clima e modos de produção agroecológicos que podem contribuir não só para a convivência com o Semiárido, mas também com outros biomas. Durante as abordagens, os jovens puderam perceber a conexão entre o cuidado com a vida dos seres e a preservação do planeta.

Quando questionada sobre o que mais a impressionou durante esses dias, a estudante Grazielle Bomfim de Souza enfatizou que “diversos aspectos chamaram minha atenção, mas o destaque vai para a importância do cuidado e responsabilidade, não apenas com as pessoas, mas também com a natureza. Essa atenção à vida, muitas vezes negligenciada, especialmente no que diz respeito à água, aos poemas e à vida das pessoas”.

Kauanna Santana Moura, uma das estudantes participantes, destacou a importância dessa experiência para desconstruir concepções equivocadas. “Normalmente temos uma visão distorcida [sobre o Semiárido]. Foi muito importante virmos aqui, porque quando presenciamos, conseguimos ver que a realidade é outra.”

Relatos como esse evidenciam o quanto as informações e narrativas sobre a região semiárida ainda são distorcidas e frequentemente estigmatizadas como um lugar de miséria, atribuindo a culpa exclusivamente ao clima e ignorando os fatores sociais e políticos que afetam tanto a vida das pessoas quanto a natureza.

No entanto, experiências como estas, que destacam a necessidade de superar estereótipos e desmistificar concepções equivocadas, são essenciais para compreender a realidade socioambiental do Semiárido. Reconhecer os desafios enfrentados e adotar uma abordagem abrangente, que leve em consideração os aspectos sociais, políticos e culturais que influenciam as comunidades e a preservação dos ecossistemas, é fundamental.

Dessa forma, a troca de experiências entre os estudantes em diferentes biomas promove uma visão mais ampla e consciente, contribuindo para a construção de um futuro sustentável e solidário. É por meio dessas vivências que se abre caminho para uma maior valorização e proteção do Semiárido, reconhecendo sua riqueza e potencialidades, e combatendo os estigmas que o acompanham.

Texto e Fotos: Eixo de Educação e Comunicação do Irpaa

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