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Famí­lias agricultoras participam de diagnóstico da realidade produtiva para o desenvolvimento de atividades de Ater

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Sensibilizar as famílias agricultoras sobre a conservação da Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, estimular a prática agroecológica e promover o sentimento de pertencimento às comunidades rurais. Esses são alguns dos objetivos do Projeto de Assessoria técnica e extensão rural (Ater) Bioma Caatinga, que acompanha 1.080 famílias agricultoras nos municípios de Casa Nova, Curaçá, Juazeiro, Sobradinho e Sento Sé, no Território Sertão do São Francisco através do Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa).

As famílias assessoradas pelo Ater Bioma Caatinga estão participando do diagnóstico da unidade produtiva e familiar, apresentando um pouco sobre o perfil produtivo, as atividades realizadas e como estão organizadas. Esta etapa é fundamental para o desenvolver das próximas etapas, pois fornece informações essenciais para auxiliar as ações seguintes do Projeto de acordo com cada realidade, como explica o colaborador do Irpaa, Julio Cezar Lopes, “A partir desse conhecimento da família com esse diagnóstico, a equipe técnica terá subsídio, informações sobre essa unidade produtiva e a família para dar início às orientações técnicas mais próximas da realidade de acordo com cada situação encontrada”.

A jovem Ingrid Ferreira, da comunidade Serra Grande, em Juazeiro, é uma das assessoradas do Ater Bioma Caatinga. Ela começou a investir na criação de aves e cultivo de mandioca, focando na futura comercialização para obtenção de sua renda financeira. Ingrid considera que a assessoria vai colaborar para que o seu planejamento tenha bons resultados. “Tem meios de criação que se a gente tiver acompanhamento fica bem mais fácil, principalmente com manejo. Então, se a gente tiver o acompanhamento e fizer o manejo correto, eu acredito que o meu sonho de ter uma renda através disso vai dá certo”.

Além disso, a jovem acredita que a assessoria técnica vai sensibilizar muitas pessoas sobre a importância da conservação da Caatinga, mostrando formas de utilizar os recursos deste bioma sem destruí-lo. “Na verdade ela que nos mantém, se a gente cria uma criação, é através dela que a gente tem mais benefício, porque se fosse só na ração não teria como”.

Nesse sentido, a agricultora Maria Marleide de Souza, também da comunidade Serra Grande em Juazeiro ressalta como é necessário cuidar da Caatinga. “Os nossos animais dependem também da Caatinga, se não tiver a Caatinga, como é que eles vão comer, sobreviver (…) Caatinga tem que estar sempre em conservação, se não tiver os nossos bichos também morrem e a gente também”.

Em Casa Nova, uma das comunidades assessoradas pelo Ater é Bom Progresso, onde reside a jovem agricultora Camila Kauane Lima Azevedo, que ressalta a importância da Assessoria Técnica no desenvolvimento das práticas agroecológicas na sua comunidade. “Eu já venho acompanhando [em outras comunidades] e acho muito importante, porque os técnicos sempre vão nas casas procurar as necessidades que a gente tem aqui no interior, porque quando vêm os projetos, as pessoas podem trabalhar na comunidade, que é uma das necessidades que a gente tem.”

Para Camila, um dos seus maiores anseios é que sua família seja contemplada com a implantação de tecnologias de captação de água e um quintal produtivo. “A gente almeja muito comer sem agrotóxico, e não pode por conta que não tem [tecnologias de captação de] água para poder plantar.”

O agricultor Alírio Pacheco de Azevedo, também da Comunidade Bom Progresso, está animado com a iniciativa. “Minha esperança, com fé em Deus, é sempre de melhorar, quanto mais pra frente, melhor. Mais futuro para a gente.” Ele e sua companheira, Dona Nascimenta, compartilham em uma pequena propriedade os trabalhos com a criação de aves, caprinos e suínos, além da plantação de mandioca para produção de farinha e ração.

Após o diagnóstico, serão iniciadas as visitas às famílias para iniciar as orientações técnicas, debatendo questões produtivas, de organização, conservação da Caatinga, plantas nativas, extrativismo, dentre outros, de acordo com a necessidade e demanda de cada unidade de produção. Dessa forma, a assessoria técnica e extensão rural que é uma política pública visa garantir os direitos básicos dos/das agricultores/as, contribuindo para a Convivência com o Semiárido.

O projeto Ater Biomas, com duração de quatro anos, é financiado pelo Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) e da Superintendência Baiana de Assistência Técnica e Extensão Rural (Bahiater).

Texto e foto: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa

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