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A foz do Amazonas na Semana Mundial do Meio Ambiente: por Roberto Malvezzi (Gogó)

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A indústria petroleira continua viva e impactante. Desde que se perfurou o primeiro poço de petróleo na Pensilvânia em 1859 (Edwin Drake), a luta por seu controle domina a humanidade.

Nos movemos na era do petróleo, ou dos combustíveis fósseis, desde toda a indústria automobilística, passando pelo gás de cozinha, chegando a centenas de produtos derivados de petróleo que estão em nosso cotidiano.

Porém, a energia não veio só. Com ela vieram as guerras, as conquistas, as ditaduras, os golpes de estado, o controle das fontes energéticas pelo braço militar em todo o planeta. Foi quando muitos povos perceberam que “essa riqueza era uma maldição”. Não tiveram mais paz para viverem as suas vidas.

Agora estamos em outra época. Percebeu-se que a queima dos combustíveis fósseis não só impacta os ambientes e as populações locais, mas todo o planeta Terra, a nossa Casa Comum.

Arrancado das camadas profundas da Terra, é liberado na atmosfera em forma de CO2 quando queimado para efeitos de combustível.

Pior, ele não retorna para o seio da Terra, mas se acumula na atmosfera, incrementando o efeito estufa e todas as consequências das mudanças climáticas.

Por isso, junto com o desmatamento, a principal proposta de controle das mudanças climáticas, pelo menos sua mitigação, passa pela transição energética, para energias menos poluentes, que continuam impactando em nível local, mas impactam menos a atmosfera terrestre.

Então, vem a descoberta do petróleo na foz do Amazonas, assim como na foz do São Francisco. E, novamente, os argumentos são os mesmos, isto é, “não se pode perder essa riqueza, o petróleo é fundamental na transição energética, vamos destinar esse dinheiro para proteção ambiental e os mais pobres” e uma outra leva de argumentos que vem desde o século XIX, mas que justificam a continuidade da exploração petroleira nos dias de hoje.

A tendência posta é que irão explorar o petróleo da foz do Amazonas e onde mais ele estiver. Entretanto, as consequências são absolutamente previsíveis.

Estamos modificando a atmosfera terrestre, muita gente já paga com a vida essas mudanças e bilhões de outros estarão sujeitos à morte pelo calor. Sim, bilhões, esse é o último cálculo do aquecimento global acima de 1,5º C, como se tivéssemos mesmo controle sobre os cenários futuros (Um Só Planeta).

Como diz o ditado popular, “a cobra muda de pele, mas não perde o veneno”.

Roberto Malvezzi, graduado em Filosofia, Teologia e Estudos Sociais. Membro da Comissão Especial de Ecologia Integral e Mineração – CNBB. Membro da Equipe de Assessoria da REPAM-BRASIL – CNBB. Escritor e Compositor. Concorreu com Targino Gondim e Nilton Freitas ao Grammy Latino na categoria Raízes da Língua Portuguesa, em 2022, com o CD “BELO CHICO”, disponível no Spotify e outras plataformas digitais.

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