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Juazeiro: lojas descumprem decreto e movimento no centro da cidade aumenta

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Desde que o novo coronavírus começou a se espalhar pelo mundo, a Organização Mundial de Saúde e as autoridades sanitárias afirmam constantemente que o distanciamento social é a forma mais eficiente para conter a propagação do vírus e evitar o colapso do sistema de saúde como ocorre em diversos países. Por isso, no Brasil, onde o pico da doença deve acontecer nas próximas semanas, de acordo com especialistas, governadores e prefeitos vem adotando diversas medidas restritivas.

Em Juazeiro, no norte da Bahia, onde 21 casos já foram confirmados, um decreto publicado no dia 24 de março determinou o fechamento do comércio e a suspensão dos serviços não essenciais. O município foi um dos primeiros na Bahia, a adotar ações mais enérgicas logo no início da pandemia no país. Nesta sexta-feira (08), em um novo decreto, o prefeito Paulo Bomfim prorrogou as medidas até o próximo dia 30 de maio. (Veja aqui)

Porém, contrariando as recomendações e os decretos, a movimentação pelas ruas da cidade, principalmente na área comercial, é cada vez maior. De acordo com denúncias enviadas ao PNB, muitas lojas estão desobedecendo as determinações e atendendo clientes presencialmente, mesmo com as portas “fechadas”.

“Isso é um absurdo. A impressão que dá é que as leis não funcionam e não há fiscalização. O comércio está praticamente todo aberto, os calçadões lotados de pessoas como se nada estivesse acontecendo. A gestão tem que ser mais rígida e as pessoas, mais conscientes e responsáveis”, reclamou um morador.

“Eu preciso passar pelo centro comercial todos os dias para ir ao trabalho e a cada dia o movimento de pessoas e veículos só cresce. Quase não há vagas nos estacionamentos. Não acredito que todas essas pessoas sejam trabalhadores e/ou usuários de serviços essenciais”, relatou uma moradora.

“Muitas lojas estão abrindo com a desculpa de que estão apenas recebendo pagamentos, mas não é verdade. Já flagrei lojas de roupas e calçados com bastante movimento, inclusive pessoas experimentando produtos. Muitos comerciantes ainda tentam esconder que estão descumprindo as determinações e mas outros abrem as portas completamente, como se não se importassem”, acrescentou outra moradora.

 

O PNB também esteve na tarde desta sexta-feira no centro comercial da cidade e flagrou a movimentação relatadas pelos leitores.

Encaminhamos a reclamação para a Secretaria de Ordenamento Urbano de Juazeiro, que após o nosso contato, informou que hoje, “diante da abertura das lojas, a equipe intensificou a fiscalização”.  Apesar disto, de acordo com a SEMAURB, nenhum estabelecimento foi interditado nesta sexta e o órgão afirmou que “todo o trabalho vem sendo de orientação”.

O órgão informou ainda que desde o primeiro decreto de fechamento do comércio, mais de 1.100 estabelecimentos foram orientados e 29 interditados.

De acordo com o médico infectologista de Juazeiro, Washington Luiz, o Brasil está com a curva em alta da pandemia e as próximas semanas serão determinantes para se ter a real dimensão do que ocorrerá. “É notório que o vírus está migrando dos grandes centros para as pequenas cidades, daí ser de extrema importância reforçar as medidas de prevenção e outras ações restritivas. No momento não há outra forma de evitar que mais pessoas sejam infectadas pela Covid-19”, ressaltou.

Ainda de acordo com ele, é preciso tomar os devidos cuidados para que a situação não saia do controle.

“Estamos passando por um momento delicado, em que começaremos a evidenciar o crescimento acelerado no número de casos, e é justamente agora que precisamos reforçar o distanciamento social. Não é hora de abaixar a guarda, pois a situação ainda é muito grave e todos precisam fazer a sua parte. Cuidar de si e da família também é cuidar do coletivo. É questão de consciência social e de proteção à vida. Portanto, quem puder tem de ficar em casa”, conclama.

Taxa de distanciamento social

Em Juazeiro, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, ainda não há um mapeamento do índice de distanciamento social. O governo do estado também não realiza o levantamento nos municípios.

De acordo com a empresa de tecnologia In Loco, apesar das medidas restritivas adotadas pelos governadores e prefeitos, neste mês nenhum dos estado brasileiros alcançou o índice ideal de isolamento, que é de 70%. O levantamento é feito com base em dados de 60 milhões de brasileiros, usuários de vários aplicativos de smartphones.

Na Bahia, por exemplo, que até esta sexta-feira (08) já registra 4.818 casos confirmados da doença e 183 óbitos, o índice de distanciamento social no estado é de apenas 40%.

Segundo a Secretaria de Saúde do Estado,  dos 888 leitos disponíveis do Sistema Único de Saúde (SUS) exclusivos para Covid-19, 446 possuem pacientes internados, o que representa uma taxa de ocupação de 50%. No que se refere aos leitos de UTI adulto e pediátrico, dos 422 leitos exclusivos para o coronavírus, 235 possuem pacientes internados, compreendendo uma taxa de ocupação de 55,7%.

“Cabe ressaltar que o número de leitos é flutuante, representando o quantitativo exato de vagas disponíveis no dia. Intercorrências com equipamentos, rede de gases ou equipes incompletas, por exemplo, inviabilizam a disponibilidade do leito. Ressalte-se que novos leitos são abertos progressivamente mediante o aumento da demanda”, informou a Sesab.

Da Redação Por Yonara Santos

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