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Pilão Arcado: Grupo com operários da Andrade Gutierrez testa positivo para covid-19 e comunidade protesta entrada deles no município

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Cerca de 34 funcionários da construtora Andrade Gutierrez, que trabalhavam no canteiro de Nova Holanda, povoado de Pilão Arcado, no norte da Bahia, foram diagnosticados com a Covid-19, infecção causada pelo novo coronavírus. Todos estão assintomáticos, ou seja, sem sintomas da doença.

Um outro funcionário da empresa, que também trabalhava na comunidade, morreu no último domingo (24), com a Covid-19. Ele chegou a ser internado no Hospital Maternidade Nossa Senhora da Luz, em Buritirama-BA, mas morreu horas depois.

Em nota divulgada nessa quarta-feira (27), a prefeitura da cidade informou que entre os dias 25 e 26 de maio, foram realizados cerca de 278 testes rápidos na comunidade. “O Município de Pilão Arcado informa ainda que os servidores da Empresa sem residência na localidade de Nova Holanda já foram transferidos, conforme informações do Consórcio Linhão BA-PI”, informou a gestão municipal.

A prefeitura informou ainda que está tomando todas as providências necessárias, entre elas a paralisação das atividades da empresa na comunidade e acompanhando os infectados que residem na cidade.

No final de abril, uma decisão do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) deu ganho de causa à empresa Equatorial Transmissora, contratada pela Andrade Gutierrez, em uma ação contra a prefeitura de Campo Alegre de Lourdes. A empresa pediu ao TJ-BA que as obras em linhas de transmissão de energia no município não fossem paralisadas por conta das restrições em meio à pandemia. A empresa alegava prestar serviço essencial e foi atendida

Segundo a empresa Andrade Gutierrez, o consórcio chegou a alugar um hotel em São Raimundo Nonato-PI, que dispõe de melhor suporte médico, para hospedar 25 funcionários dos infectados, mas após o ônibus chegar ao local com os trabalhadores, a Secretaria de Saúde da cidade determinou que o veículo fosse remanejado e voltasse para a Bahia.

Ainda de acordo com a construtora, “apesar de não demandarem atendimento médico até o momento, os demais colaboradores foram transferidos para isolamento nas cidades de Campo Alegre de Lurdes (BA) e Barreiras (BA), que contam com maior infraestrutura”.

Porém, de acordo com moradores, todos os 25 trabalhadores foram levados para a comunidade de Angico, em Campo Alegre de Lurdes. Preocupados, comunitários divulgaram uma nota criticando a empresa e a prefeitura da cidade pela chegada dos funcionários da construtora no local.

De acordo com os moradores, a comunidade possuí cerca de 700 habitantes, apenas uma UBS e nenhum leito de UTI. “Nós do povoado queremos esclarecimentos quanto à posição dos órgãos citados. Vale ressaltar, ainda, que Angico tinha, até ontem, um total de 0 Infectados. Além disso, deixamos claro que se os infectados fossem naturais desta comunidade, eles teriam total apoio de aqui ficarem. Porém, tratam-se de pessoas naturais e infectadas em outro município. Desde já, deixamos claro nosso imenso respeito aos infectados”.

Já os familiares dos trabalhadores afirmam que os mesmo estão em condições precárias e sem cuidados médicos. Em um vídeo enviado ao PNB, a companheira de um deles  afirma que “não tem um enfermeiro cuidando deles. Eu só saiu daqui quando resolverem essa situação”, afirma ela que diz ainda que já acionou familiares de outros funcionários que residem em Remanso para irem até o acampamento em Angico.

Ela afirma ainda que os pacientes não podem ter contato com os familiares e pede que o marido possa ir para casa.

“Eu sei cuidar do meu marido. Eu não vou ter medo dele não. Nem eu e nem meus filhos. Ele tem três filhos adolescentes para poder terminar de criar”, desabafa a mulher.

Ate o momento, nem a construtora e nem a Prefeitura de Campo Alegre de Lurdes se manifestaram sobre a situação.

Da Redação

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