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Plano do Governo Federal para ampliar uso de energia nuclear põe em risco o Rio São Francisco

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A equipe do Ministério das Minas e Energia do atual Governo Jair Bolsonaro vai ampliar o Plano de Energia Nuclear. Apesar das manifestações promovidas no dia 4 de outubro, Dia do Rio São Francisco pelas Populações tradicionais, ambientalistas e ativistas da região da bacia do Velho Chico quando além de comemorar fizeram o alertar para os perigos que ameaçam a vida do Rio, com a possível implantação da Usina Nuclear no município de Itacuruba, Pernambuco.

A informação já mobiliza ambientalistas. O presidente Jair Bolsonaro fez um apelo, na última quinta-feira (3), para que a população economize energia elétrica. Em sua live semanal, transmitida pelas redes sociais, Bolsonaro alertou sobre o baixo nível de água nos reservatórios de usinas hidrelétricas, que respondem pela maior parte da geração elétrica do país.

O ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque relatou que o país vive a maior seca dos últimos anos e o nível dos reservatórios das usinas estão em uma situação preocupante.

“Os reservatórios estão muito baixos, presidente. Dentro dos registros que temos no Ministério de Minas e Energia, desde 2000, não se tem uma seca tão grande nos nossos reservatórios do Sul, e desde 2015, nos [reservatórios] do Centro-Oeste e Sudeste do país. E isso nos levou a adotar medidas, como colocar nossas usinas termelétricas gerando energia. 65% da nossa energia é gerada por hidrelétricas, e com os reservatórios de água estando baixos, temos que utilizar as usinas termelétricas para suprir essa energia, gerar segurança de abastecimento e preservar aquilo que temos de água nos reservatórios”, explicou.

Detalhe: Nos próximos dias, de acordo com o ministro de Minas e Energia, o governo vai apresentar uma atualização do Plano Nacional de Energia, que prevê ações no setor até 2050. Um dos objetivos, disse ele, é ampliar a capacidade de geração de energia nuclear para 10 gigawatts.

“Vamos triplicar a geração de energia nuclear, que é fundamental para a manutenção dos nossos reservatórios, porque elas geram 365 dias por ano, e os nossos reservatórios de água poderão ser mantidos na época de escassez de chuva”, destacou.

A reportagem da REDEGN manteve contato com a um dos coordenadores da Articulação São Francisco Vivo, o sociólogo e coordenador da Comissão Pastoral da Terra Nacional, Ruben Siqueira. “A meta do Governo Federal é também retomar a mineração de urânio em Caetité, Bahia”. A retomada da produção de urânio na mina do Engenho, em Caetité, Bahia, segundo o físico Heitor Scalambrini Costa, doutor em Energética “é um plano que põe em risco a vida das pessoas e de todo o ecossistema’.

O mineral extraído em Caetité serve de combustível para as usinas nucleares de Angra dos Reis e será enviado para enriquecimento na unidade das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) em Resende, no Rio de Janeiro. A mineração ocorrerá na Mina do Engenho.

“O nosso objetivo é chamar a atenção da opinião pública, mobilizar as vontades populares organizadas, para acionar as autoridades competentes, MPF, os órgãos estaduais, o judiciário, para que esses novos empreendimentos não sejam efetivados e não agridam mais a vida que já vai por um fio em toda a bacia do Rio São Francisco”, explica Ruben Siqueira.

A outra ameaça ao Velho Chico é a Usina Nuclear de Itacuruba, cidade localizada no sertão de Pernambuco, às margens da barragem de Itaparica. Apesar de não haver um anúncio oficial, declarações de integrantes do governo apontam que a usina deve ser construída em breve. “Se a construção de uma Usina Nuclear for concretizada, vai usar água do rio  São Francisco, da barragem, para resfriar as caldeiras daquelas chaleiras atômicas. A água contaminada por radiação e altíssimas temperaturas, praticamente inviabilizará toda a vida na região abaixo”, aponta Ruben.

Redação redeGN

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