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A Associação dos Produtores do Território Quilombola de Lagoinha, localizada no município de Casa Nova-BA, celebra com entusiasmo a chegada de uma Casa de Farinha Móvel, tecnologia social que representa um marco no fortalecimento da mandiocultura tradicional no território.
A conquista é fruto de uma articulação coletiva que envolveu a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social da Bahia (SEADES), o Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional da Bahia (CONSEA-BA) e o Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (IRPAA). A iniciativa valoriza práticas comunitárias enraizadas na cultura quilombola e nos princípios da soberania alimentar e nutricional.
A mandioca é uma cultura ancestral em Lagoinha, cultivada por gerações; além de ser uma das principais produções da economia local. A farinha produzida pela comunidade já abastece programas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), chegando a escolas e instituições como um alimento de qualidade, livre de veneno e cheio de história. Com a nova Casa de Farinha Móvel, a expectativa é aumentar a escala da produção, melhorar a qualidade e fortalecer a autonomia das famílias, agregando valor ao produto e abrindo novas possibilidades de comercialização.
A entrega da Casa de Farinha Móvel aconteceu no dia 8 de julho. Outra conquista da comunidade foi o recebimento de colmeias e melgueiras, resultado da atuação da área de Recaatigamento da associação e do compromisso de famílias que mantêm viva a apicultura comunitária. O objetivo é expandir a produção de mel em sistema coletivo e sustentável, que respeita os ciclos da natureza e fortalece o uso responsável da Caatinga, bioma essencial para a vida no Semiárido.
Essas duas conquistas demonstram o quanto o Quilombo Lagoinha caminha com firmeza rumo a um modelo de desenvolvimento enraizado na sociobiodiversidade, preservando o território, os saberes e os modos de vida quilombolas.
No entanto, apesar dos avanços, a comunidade segue enfrentando desafios importantes, como a necessidade urgente de uma energia elétrica adequada para as unidades produtivas e a garantia de acesso à água segura para o consumo e para a produção. A luta por esses direitos continua, com a esperança e a organização que sempre marcaram a trajetória do povo quilombola de Lagoinha.
Texto: José Henrique, liderança da comunidade Lagoinha | Edição: Eixo Educação e Comunicação do Irpaa